Tive o prazer de ter uma visita guiada com a Joana, coordenadora do Mosteiro São Vicente de Fora e ouvir curiosidades que nem sempre lemos por aí. O Mosteiro foi um dos lugares que mais me surpreendeu quando o conheci.
O Primeiro Rei de Portugal, o D. Afonso Henriques, foi quem mandou construir o Mosteiro, após fazer uma promessa de que se ganhasse a Batalha contra os Mouros em Lisboa, ele construiria um Mosteiro em homenagem a São Vicente. Em 1147, a Batalha foi ganha e logo em seguida os planos para a Mosteiro foram iniciados.
A visita começa pelo pátio das Laranjeiras, onde tem uma fonte desativada há algum tempo. Em seguida, vamos em direção a bilheteria e depois vemos as cisternas originais da construção de 1147 do Mosteiro.
Saindo das cisternas vamos para o primeiro andar, onde estão várias salas com exposições sobre a história da Dinastia Bragança e do Patriarcado de Lisboa.
A sala principal, que foi decorada de acordo com a vontade do Rei D. João V, existe uma pintura de Vincenzo Baccareli no teto, que é uma das poucas obras originais do pintor que se conservou até os dias de hoje.
No Mosteiro existem painéis de azulejos que são verdadeiras obras de arte. É a maior coleção de azulejo barroco de Portugal e a segunda maior do mundo. Estima-se que sejam mais de 100 mil azulejos, e todos em seu local original.
Os azulejos foram feitos por Manuel dos Santos, século XVIII, que retratou a cidade como ele a conhecia e não como era no tempo do primeiro rei de Portugal e acabou por cometer uma série de erros históricos: pintou a Sé de Lisboa, quando ela ainda não existia, por exemplo.
São várias salas que contam a história do Patriarcado de Lisboa, desde o Primeiro Período até o Sexto Período. Tudo em ordem cronológica. Em cada sala estão sendo exibidos objetos que representam os períodos e a evolução do Patriarcado.
Após percorremos todo o caminho do primeiro andar, saímos no pátio principal e andamos entre os claustros que levam a mais salas.
Na Sacristia, as paredes são revestidas de mármore desde o teto até o chão, existe armários que era onde ficavam as vestes dos patriarcas e no chão da sala, foi encontrado um cemitério medieval. Acredita-se que os túmulos encontrados pertenciam a guerreiros da conquista de Lisboa.
A Capela dos Meninos de Palhavã, é onde estão os túmulos de dois filhos bastardos do Rei D. João V, que foram legitimados. E no chão dessa capela, foram enterrados o coração e as vísceras de alguns Reis e membros da dinastia de Bragança. Os órgãos foram colocados em vasos de porcelana chinesa.
Ao lado da Capela, está o Panteão dos Patriarcas, era onde os Patriarcas de Lisboa se reuniam, e onde agora os seus túmulos estão guardados.
Em seguida, vamos até o Panteão da Casa Bragança. É onde estão os túmulos de todos os Reis e Rainhas da Quarta Dinastia, que foi a última dinastia com reinado.
Estão sepultados desde o fundador da dinastia, D. João IV, ao último rei de Portugal, D. Manuel II, passando por várias consortes, infantas e infantes. Exceto dois: D. Maria I e Dom Pedro I, que estão na Basílica da Estrela e no Brasil.
No Panteão de Bragança existe uma representação poética do povo, na forma de uma estátua aos prantos sobre o túmulo do Rei D. Carlos e do príncipe D. Luís Filipe, que foram assassinados no Terreiro do Paço, quando faziam um passeio de coche.
Eu não conhecia essa história e depois de andar pelo Panteão da Casa Bragança, fiquei ainda mais curiosa em saber sobre todas as Dinastias e seus Reis, vou preparar artigos sobre isso para bem breve. O que acham?
Continuando o passeio, fomos parar no segundo andar no Mosteiro São Vicente de Fora, onde existe uma coleção permanente das Fábulas de La Fontaine: trata-se de 38 painéis de azulejos, cada um contendo uma fábula do autor francês do século XVIII.
O Mosteiro São Vicente de Fora fica no Largo de São Vicente e o valor da entrada é 5€.
Esse é um passeio imperdível e com muita história e que vale muito a pena conferir. Serão os 5€ mais bem gastos numa visita de museu.
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Até o próximo post! ?
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